Peixes morrem na lagoa do Porangabuçu 23/11/2011
Posted by Afauna Natal in Meio Ambiente Urbano.trackback
Fonte: Diário do Nordeste.
Ao lado da lagoa, existe uma comunidade formada por cerca de 300 famílias que se alimentam dos peixes Servindo como destinação final do esgoto de cerca de 300 residências e, ao mesmo tempo, abrigando peixes que servem de alimento para moradores da região, a lagoa do Porangabuçu apresentou ontem um cenário no mínimo intrigante para os residentes do bairro. Com uma coloração amarronzada, o espelho d´água revelava centenas de peixes mortos por uma causa ainda não confirmada pela Prefeitura, que investiga o acontecimento. Os possíveis motivos para o fato variam do aumento da poluição causada pelo esgoto ao despejo de resíduos químicos através das galerias pluviais conectadas à lagoa.
Segundo moradores do entorno da lagoa, a morte de parte dos peixes no local, especialmente nos dois últimos meses do ano, é relativamente comum. Mas a coloração amarronzada da água tem despertado curiosidade. “Aqui já morreu muito peixe, mas nunca vi a água assim”, comenta a dona de casa Jocélia Oliveira, que há cinco anos mora no local.
A poluição evidente do local não repeliu crianças que costumam brincar nas margens da lagoa. Algumas delas brincavam de retirar da lagoa o maior número possível de peixes. Para os moradores, o número de peixes mortos tende a aumentar.
Durante a manhã de ontem, técnicos da Secretaria Executiva Regional III (SER III) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) visitaram o local para estudar a situação. Segundo o chefe do distrito de meio ambiente da SER III, Antônio Soares, uma hipótese é que resíduos químicos tenham sido despejados nas galerias que terminam na lagoa.
A contaminação por meio do esgoto, diz, dá-se por conta das residências da comunidade Samasa – formada por cerca de 300 famílias -, que não conta com o saneamento básico.
De acordo com um dos membros da equipe de controle ambiental da Semam, Marcos André Arraes, agentes do órgão constataram transbordamento de esgoto de tubulações da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) – o que poderia contaminar as galerias – e emitiram, ontem, uma notificação à Companhia, para que o problema fosse resolvido.
Conforme Marcelo Henrique Alves, coordenador técnico da Cagece, a Companhia possui um projeto para promover o saneamento da comunidade Samasa, cuja execução deve ser iniciada no próximo dia 28 e deve demorar cerca de 30 dias.
Os transbordamentos, afirma, têm sido causados pela reforma de um coletor tronco de esgoto na região, que deve durar nove dias. Ele destaca, porém, que, diante do esgoto despejado diariamente na lagoa, os resíduos que chegam à galeria devido à reforma do coletor tronco representam uma parcela mínima da poluição.
JOÃO MOURA REPÓRTER
Comentários»
No comments yet — be the first.